24.11.20

ROSA MÍSTICA


Aqui me vês... ao desamparo
no vazio do jardim que cultivei.
E mais uma vez insisto insensato
talvez recriar o que acreditei.

Porque semeio esta terra infinita
que as noites regaram de mistérios.
Porque creio nesta fatigante lida
mesmo entre açoites e vis impropérios.

Não me vês... na colheita solitária
das flores da própria mortalha,
que afinal sonharei manto de glória.

Porque me cinjo e orno do nada,
empunho uma rosa como espada,
descerro grilhões de minha história.

J.C.Lopes



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