ELISÃO
Aqui termina o meu cadente discurso,
absolutamente órfão da realidade;
e então insisto ao fadário e percurso
desobstruindo os veios da saudade.
Elidir o meu sonho do teu caminho...
não sabes, e pouco importa, o que tanto dói
bem aqui, no que seria essência, e este carinho
que agora tinge o contrassenso que corrói.
Aqui me entrego ao imponderável e me calo,
completamente nulo à voz da esperança;
aos nervos, no que seria alma, penso o halo
que debilmente me ilumina em temperança.
Colidir em tua fuga o meu destino...
não sabes, e mais nada importa neste absurdo,
apenas que desapareçam ao desatino
as memórias sangradas num lamento surdo.
J.C.Lopes
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