18.8.25

 

TERRAS


                    "Deve o poeta não ter pouso, 
                       pois a terra sua é a língua,
                     ficção donde faz a realidade."
                                                    Jesen Jr.


talvez me disesses do tempo. diáfano viajor das paredes
a mim, que camuflava a minha ambiguidade

eu sei, dirias, se soubesses, dos prosaicos delírios que vivi
ora, tu, que buscavas sentidos no silêncio dos vernizes
tua voz e olhar ingénuo rompendo liames da razão

trama-nos, saibamos, o bailado da Terra
meridianos que ensombram sóis e luas
terras onde acreditamos primaveras e invernos

pouco nos resta, andarilho, na longitude da existência
senão brindarmos às almas, lá o que forem
guardiães da fantasia nos rastilhos da realidade


J.C.Lopes

   .                    .

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