21.11.20

SONHOS MEUS


Entrego-vos meu direito ao repouso
e os retalhos de agónicas vigílias,
que se afinal me julgais louco,
não ouseis bulir minhas fantasias.

Podeis levar todas as cores
com que engalanais vosso arbítrio,
mas não toqueis no cerne das dores
intransponíveis dos meus idílios.

Meu silêncio cônscio do poder
ilusionista da vossa verdade
será meu bastião de felicidade.

E os meus olhos, que não parecem ver,
libertam-me enfim da vossa peçonha,
serena dimensão de quem sonha.

J.C.Lopes



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