15.11.20

INVERNO TEU


sereno orvalhando a sede
vigílias ao luzir do teu semblante
uma cega rastreação que impele
olhares navegantes na escuridão

adocicado licor invadindo lacunas
a sanha em sonho de um pincel
sobre meus lábios marejados de ilusão
e um esplendor que aluna
às noites recontadas do meu exílio

revelações da tua epifania
à descrente vaga dos meus delírios
espargem fragrâncias e acalmia
às manhãs em reverso

J.C.Lopes



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