8.12.20

MORRE O POETA


morre o poeta tantas vidas
de todas as vidas que recriou
morre da palavra indefinida
de tantas quantas redesenhou

morre o poeta da ousadia
de todos os sonhos incautos
morre do silêncio e da agonia
do reverso e dos versos infaustos

morre de todas as mortes
entre tantas que estancou a sorte
entre tantos promissores limiares

morre na serenidade dos ares
murmurantes do seu canto
em perene rima com seu pranto

J.C.Lopes



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