DEPRESSÃO
nada mais que eu já não saiba
nem mesmo as seletas melodias
espalhando a álgida alegria
ou qualquer espaço que me caiba
sequer arriscar o perdão corroído
aos muitos ouvidos em torvelinho
se alguma divindade pelo caminho
apontar o atilado destino
força monumental e tão viva
cedendo-me o amor e o ódio
num pensamento monocórdio
e tenaz em cadência rediviva
não me queiram a displicência
como halo das sábias verdades
reajo pela minha intimidade
livrando aos males a inocência
se assim há de ser, então me bastem
o ardor e o desejo tão antigos
como sopro em meus tecidos
e que agora as falácias se calem
J.C.Lopes
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