11.11.20

PÉTALAS


Diz-me, poesia, da razão que eu desconheço
entre engenhos sortílegos dessa alma,
a flâmula da essência que desfralda
e norteia tão longínquo recomeço.

Pétalas aleatórias de um malmequer
firmando a imperativa sentença,
elos desconexos da desavença
calando a voz sem um adeus sequer.

Diz-me então, poesia, do que restou
deste sentido que verso algum ousou,
da insígnia reconvertendo a mácula.

Epílogo irremediável de uma fábula
avançando rumos sobre as cancelas
reveladas ao bailar daquelas pétalas.

J.C.Lopes



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