PEDAÇOS
em sedas leves enfunam as minhas velas
mais que os ventos valerá o imaginário
abraçando qual hera o esquecido relicário
às rotas hesitantes que o gesto não desvela
em éter conjugará segredos o meu verbo
mais que as palavras valerá o desgoverno
tangendo o corpo nos atos em que me perco
às saudades incompletas qual rima sem verso
em pedaços disperso a página que não lemos
mais que o sentido valerá o canto que se aninha
reinventando a noite no romance que definha
às ironias das fugas e certezas que não cremos
em sangue e fibras ficará o que não entendo
mais que eu próprio valerão as luzes da vida
ornamentando a passarela dos suicidas
ao incolor desfile que preside o tempo
J.C.Lopes
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