ADORAÇÃO
Eu não sabia, e nunca soube do encanto,
o ritual de aromas antevendo o delírio,
as formas brilhantes como um colírio
cegando os olhos em êxtase e quebranto.
Eu não sabia, e não cumpri qualquer regra,
a breve temporada de um coração
em lírios e livres campos de adoração
excedendo a fertilidade e a entrega.
Valeu a pena o recato e a miragem
encarcerando o beijo na paisagem
dos meus lábios num sonho agreste.
Valeu o agridoce sabor que me deste
de uma lembrança veloz e despercebida,
ainda agora, há tantos atos e sobrevida.
J.C.Lopes
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